Série autismo

🤰MATERNIDADE ATÍPICA – Um percurso desafiador que demanda cuidados complexos, presença ativa e um tempo voltado às necessidades e ao desenvolvimento de suas crianças.

Esses são desafios enfrentados pela maternidade atípica, mulheres que lutam incansavelmente por condições dignas de Saúde e Educação para filhos com deficiência. Servidoras atípicas como Karina Fabrini, da Divisão de Assessoramento ao Plenário e às Comissões (Divapc), e Laurence Timo, da Divisão de Consultoria Legislativa (Divcol), têm direito a jornada de trabalho reduzida para que possam se dedicar ao acompanhamento de seus filhos, como em sessões multidisciplinares de terapia.

“A cada sessão, volto para casa com uma série de recomendações terapêuticas”, conta Karina: realizar exercícios fonoaudiológicos com a criança de frente ao espelho para copiar os movimentos dos pais; estimular o equilíbrio e a coordenação motora grossa, propondo desafios cognitivos para treinar as duas habilidades; fazer cópia de um texto usando lápis com adaptador de prensa e uma lâmina de Eva debaixo da folha do caderno para treinar a força utilizada para a escrita; e rever os combinados com a criança por meio de fichas, para que possa se engajar em atividades como organização de seus pertences.

Karina conta, também, que tem que estar em constante diálogo com a equipe pedagógica que acompanha seu filho na escola, discutindo as melhores ferramentas de ensino, adaptações em sala de aula e recursos necessários ao seu desenvolvimento. Segundo ela, é preciso, ainda, cobrar do plano de saúde terapias que a criança precisa, buscando referências de profissionais capacitados e conseguir pagar terapeutas ou consultas médicas não cobertas pelo plano, ressaltando a falta de disponibilidade na agenda desses profissionais. Outro cuidado apontado foi a necessidade de uso de medicamentos para controle de questões relacionadas à depressão, ansiedade, irritabilidade, desatenção e insônia, salientando-se que a adaptação é lenta e envolve ajustes. Além disso, conforme as servidoras, muitos autistas incomodam-se com a textura, temperatura, sabores dos alimentos e restrições alimentares, que demandam estratégias nutricionais.